VARIABILIDADE NA SEQÜÊNCIA DE INSERÇÕES ALU DO CROMOSSOMO Y EM POPULAÇÕES NATIVAS AMERICANAS
Battilana J. 1, Salzano F.M. 2, Bortolini M.C. 2, Santos F.R. 3, Bonatto S.L. 1
1 PUCRS, Porto Alegre, Brasil, 2 UFRGS, Porto Alegre,
Brasil, 3 UFMG, Belo Horizonte, Brasil.
jaquebat@hotmail.com
O episódio mais recente e significativo de colonização
continental humana foi o povoamento das Américas. Conseqüentemente, a chegada
de povos ao Novo Mundo tem sido alvo de intensa pesquisa científica resultando
em muitas teorias e cenários sobre este evento. As principais concorrem sobre o
número e idade das migrações, o tamanho e a origem da população fundadora e a
rota da colonização (se pela costa ou pelo interior da América do Norte).
Diversas abordagens vêm sendo empregadas ao longo de vários anos para tentar
elucidar estas questões, tais como a arqueológica, lingüística, cultural, e
mais recentemente, genética. Existe um grande interesse no meio científico, em
saber quanto tempo foi necessário para gerar a diversidade biocultural
observada nas populações nativas americanas contemporâneas. A determinação de
um ponto de partida para a acumulação dessa diversidade, forneceria um ponto de
calibração para estimar quão rápido a linguagem e a cultura mudam,
particularmente se uma única migração primária foi a fonte para todas as
populações ameríndias. O objetivo principal deste trabalho é inferir a idade da
diversificação inicial das populações ameríndias através de estimativas de
diversidade nucleotídica do haplogrupo/linhagem principal (Q3) do cromossomo Y
de nativos americanos, e contribuir para o conhecimento de múltiplos aspectos
que envolveram o povoamento das Américas. Para isso, serão seqüenciados
aproximadamente 6.600pb de 13 regiões não codificantes (estabelecidos por Wilder
et al., 2004) de indivíduos nativos. As taxas evolutivas serão estimadas
através da comparação com àquelas homólogas de chimpanzé. As regiões escolhidas
são partes de íntrons de genes conhecidos e compreendem inserções Alu, as quais
foram inseridas evolutivamente recentemente no genoma de primatas e apresentam
taxas de substituição rápidas. Foram escolhidas amostras de DNA de 30 homens
nativos das Américas do Sul, Central e alguns da América do Norte,
representando os principais grupos étnicos existentes. Até o momento foram
seqüenciadas as amostras de 11 indivíduos para pelo menos 3 e no máximo 11 das
13 regiões polimórficas. A maior parte dos haplótipos encontrados foram
previamente descritos (Wilder et al., 2004). Entretanto, um haplótipo foi encontrado
exclusivamente em dois ameríndios para a seqüência 486. As perspectivas
envolvem o seqüenciamento de pelo menos 30 amostras de homens ameríndios de
diversas etnias, e a obtenção de mais sítios polimórficos na região não
recombinante do cromossomo Y. Apoio Financeiro: CNPq.
|